domingo, 20 de março de 2011

ser natural.


Meu olhar percorre a janela da manhã, o sol claro e frio faz estremecer meu corpo desnudo.Pisco algumas vezes para acostumar o olhar. Vasculho o quarto iluminado ao meu redor.Será cinco, seis horas? Vejo o relógio impaciente na parede.É mais um dia.Congelo os dedos dos meus pés ao tocar o assoalho frio, pego a manta e resolvo tomar uma ducha fria.Ducha fria que sacia meus problemas, tira a dor na cabeça...Resolvo não me arrumar muito neste dia, não há motivo para isso.Visto minha malha quente, tomo meu café fumegante e saio para para o mundo.
Pessoas com máscaras de indiferença e relógios atrasados me arrepiam. Prefiro fugir delas.
Fujo pela mata verde, os pássaros se escondendo, o ar balançando meus fios de cabelo em um emaranhado angelical. Às vezes é tão bom ser natural.
Resolvo não arrancar nenhuma flor, quero elas ali quando eu voltar.Pisando lentamente, sentindo o vento, respirando a terra.Eu sou eu mesma agora.Não preciso de pessoas que vão me encarar, só preciso do ar.Quero as folhas de outono caindo em meus pés, quero viver, senti-las.
Eu não preciso do dinheiro, ali posso ter o que quiser.Eu não preciso de cosméticos, tenho a água escorrendo por meu corpo.Eu não preciso falar, a natureza me entende.Não preciso de comida, o universo me alimenta.Eu só preciso respirar o bálsamo das flores.Eu só queria estar dentro daquele tronco de árvore.Conversar com as salamandras, dançar com os duendesRir de coisa alguma. Eu só preciso estar ali. Eu estou ali.


Nenhum comentário:

Postar um comentário